sábado, 6 de outubro de 2012

O MAR PORTUGUÊS E SEUS VERDUGOS

O mar e seus recursos pesqueiros tem sido pródigo para os portugueses desde o tempo dos fenícios e dos romanos, embora só se enalteça os descobrimentos, uma página gloriosa da História deste país. Especialmente a orla costeira tem sido fonte de vida para inúmeras famílias e dela provêm também as muitas iguarias que constituem maravilhas gastronómicas da nossa restauração.
Entretanto, esta verdadeira galinha dos ovos de ouro foi praticamente dizimada com a integração na CEE/EU, pela subserviência canina dos governantes às «ordens» dimanadas dos euroburocratas, sem nunca defenderem os interêsses nacionais, como o fizeram e fazem outros países comunitários, nomeadamente a Espanha. A propósito, é bom que não se escamoteie os malefícios para o mar e pescas portuguesas dos sucessivos governos de três partidos, sempre os mesmos, até à data. De facto, foram eles que incentivaram o abate (pago) de navios/barcos com a desaparecimento da nossa frota pesqueira e a destruição das estruturas de apoio fundamental, entre as quais sobressai a DOCAPESCA destinada ao desembarque, inspecção sanitária e comercialização do pescado, em quase todos os portos do país, em especial Cavaco Silva como primeiro-ministro que agora, hipocritamente, se esquece porque tem a memória curta como o é a sua ínfima capacidade de cerebração.
Ainda relacionada com a DOCAPESCA é a alienação a pataco dos valiosos terrenos da sede desta importante infra-estrutura, inicialmente destinados a uma Regata Oceânica, acrescidos dos do IPIMAR, Instituto Investigação das Pescas e do Mar, iniciativa que «morreu na casca» e posteriormente cedidos à Fundação Champalimaud, cuja relevância para o país está por comprovar.
Esta irresponsável política autofágica tem levado a que actualmente se importe mais de 75% do pescado que consumimos, enquanto que antes éramos praticamente auto-suficientes e, por outro lado, o IPIMAR, instituição de investigação prestigiada no pais e além fronteiras, onde nem sequer há verba para reagentes tal como se passa em muitos outros laboratórios do Estado, está em vias de extinção, com todas as consequências negativas para o país e para os portugueses.
Terminando, recordemo-nos que o senhor presidente da Republica, Cavaco Silva, nos últimos tempos fala, fala, fala na importância do mar, dos seus recursos e suas enormes potencialidades, não só olvida o seu contributo de verdugo do sector, como nada faz para que o país regresse à sua exploração racional e sustentada.

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