quinta-feira, 24 de janeiro de 2019


VENEZUELA AGORA

O único presidente eleito da Venezuela é Nicolás Maduro e, não são as manobras de desestabilização e desacreditação montadas pelo maniqueísmo dos bons e dos maus, praticado em quase todos os media nacionais e internacionais que conseguem pôr em causa esta verdade indesmentível.
Porque será que não se deu igual tempo de antena à grandiosa manifestação de apoio ao governo do presidente Maduro, como aconteceu com aquela, igualmente gigantesca, de que se aproveitou Juan Guaidó, um jovem venezuelano oportunista, sedento de poder, logo apoiado, como se esperava, pelo inefável Trump, pelos amigos onde lamentavelmente se inclui, com pezinhos de lã, o governo português e até pela comissão executiva da UE? Refira-se que também os esquerdistas, ainda sem ideologia demonstrada, alinharam com a direita, na acusação de falta de democracia na Venezuela, como já o disseram em relação a Angola, fazendo a hipócrita apologia de eleições livres e justas.
Muita gente está tão encharcada pela propaganda que nem se dá conta da idiotice e do logro em que caem. Com base em quê, se abre um precedente de consequências incalculáveis? Pelo descontentamento de muitos venezuelanos, mas, não se ignore, também pelo agrado de muitos outros, evidente se se cotejou as duas manifs simultâneas.
E se agora, em resultado da longa e maciça contestação em França ao presidente Macron, aparecer um cabecilha dos coletes amarelos que se declara o novo presidente francês, já não vale? Objectivamente, qual é a diferença?
É bom que, se não esqueça, a intensa e permanente tentativa de demonização de Cuba, ao longo de décadas, incluindo a fracassada invasão da Baía dos Porcos e outras malfeitorias menores, para a desacreditar e ao seu regime socialista, onde a saúde, o ensino e a assistência social são gratuitos para todos os cubanos, e Cuba resistiu e resistirá.
Os venezuelanos também tudo farão para defender o seu país e o bem estar do seu povo e não apenas de uma minoria, preservando os seus imensos recursos petrolíferos, da cobiça dos potentados que controlam mundialmente esse produto.

domingo, 20 de janeiro de 2019


«WHIT OR WITHOUT BREXIT?»

O Brexit ou saída do Reino Unido da UE que resultou do sim a um referendo baseado em argumentos falsos que se aproveitou dos sentimentos preconceituosos relativamente a outros países europeus. O seu resultado foi, de imediato, desmistificado ao ponto de hoje, num eventual possível segundo referendo, os britânicos virem a dizer sim à permanência na UE. 
A primeira ministra Theresa May tomou a peito fazer tudo para cumprir o resultado do referendo e congeminou um Acordo com a UE, num documento de mais de 500 páginas que foi fragorosamente derrotado no Parlamento/Câmara dos Comuns. No entanto, à pesada derrota do Acordo seguiu-se, num golpe de teatro, a rejeição por uma diferença de 19 votos, da moção de desconfiança no governo, proposta pelo Partido Trabalhista e, consequentemente, renovou-se-lhe a confiança, até nova ordem, dentro de dias.
Este inesperado acontecimento, tendo em conta o comportamento dos britânicos avesso à perturbação do status quo secular, transformou-se nas ultimas semanas, num reality show, particularmente agressivo e virulento, reconhecível nas imagens transmitidas pelos vários canais televisivos. Elas tiveram o mérito de revelar a Casa em si, espelho do espírito ultraconservador britânico. Com uma configuração anacrónica dos lugares, em apertadas filas paralelas colocam os grupos parlamentares quase em cima uns dos outros. Este Parlamento é presidido numa tribuna, pelo speaker/presidente impetuoso e, perdoe-se-me com todo o respeito a comparação, que mais parece um leiloeiro, numa pratica parecida com um leilão de pescado em qualquer das lotas nacionais. Igualmente relevante é a proximidade, frente a frente, em dois púlpitos, do governo e da oposição. Outro aspecto assinalável, é a reacção dos parlamentares aos berros, perante os argumentos dos adversários.
Por fim, não resisto à favorável comparação entre a configuração secular da sala da nossa Assembleia da Republica e o comportamento dos seus deputados, com aquilo que transpareceu das imagens sobre o Parlamento Britânico.