sexta-feira, 9 de março de 2012

O PROVINCIANO

Remeti-me ao silêncio desde o ultimo comentário que fiz há uns tempos, mas sinto-me «obrigado» a voltar à liça para expressar opinião perante a crescente regressão do país, afectando negativamente a maioria dos portugueses e o alheamento irresponsável do presidente da republica, cujo comportamento errático é, a meu ver, inadmissível e, por isso, condenável.
Poderia ser acusado de ingenuidade por alegadamente confiar no funcionamento das instituições, mas não, não pequei por despropositada inocência. A concretização do sonho de Sá Carneiro em 2010, um presidente, uma maioria, um governo, com as suas cores partidárias, foi motivo de desconfiança e preocupação minhas (e de muitos/as outros/as), confirmadas no estado actual do país e no que se vislumbra no próximo futuro.
O actual presidente da república ultrapassa tudo quanto de mau se poderia imaginar, mesmo tendo em conta de que ele é um dos principais responsáveis do caos sócio-económico-financeiro deste país.
Ora o primeiro ano do segundo mandato de Cavaco Silva de que foi lamentavelmente beneficiado, em circunstâncias que considero antidemocráticas, foi desastroso e ainda faltam 4 anos para a sua conclusão o que espero (e muito mais gente) não aconteça, pois uma réstia de dignidade ou a pressão da opinião publica, obrigá-lo-á a resignar. Vem a propósito referir a Petição para o seu afastamento, subscrita em pouco tempo por mais de 40000 cidadãos, entregue na Assembleia da República, numa acção inédita contra um presidente da república eleito depois do 25 de Abril de 1974.
Para mim, a melhor definição do actual pr ouvi-a de uma amiga nossa que diz «ele saiu de Boliqueime mas Boliqueime nunca saiu de dentro dele». De facto, Cavaco é um provinciano e, parafraseando Hercule Poirot, com muito poucas «little grey cells». A quantidade de dislates e apreciações inoportunas e até néscias, têm surgido em catadupa, culminadas com a publicação do sexto (?) volume dos seus discursos (mas quem os lerá sem ser os seus confidentes e desconselheiros?), focado no ataque desbragado a José Sócrates, pretendendo sacudir a água do capote, quando foi cúmplice dele e das suas políticas.
Este homem é original no desconchavo, do qual é exemplo o escrito das memórias quando ainda continua no activo.