domingo, 28 de julho de 2013


MINORIZAR??!!!!

 

Hoje, no noticiário das 13h00 da Antena 1, ouvi o senhor (?) primeiro (?) ministro, Passos Coelho, utilizar o verbo «minorizar», inexistente no nosso vocabulário, à primeira vista, confundindo-o com minorar, provavelmente pela ânsia de reiterar pela enésima vez, atropelando-se ou por mero desconhecimento, a sua total confiança na ministra das finanças, Maria Luís Albuquerque.

O momento actual dos governantes deste país e da maioria que o sustenta atingiu o ridículo, pois não se enxergando, ignorando o seu lamentável currículo, pretendem inculcar nos cidadãos, verdades que não passam de puras e descabeladas mentiras.

Começando pelo mais recente, o caso dos swaps, íntimamente relacionados com a ministra das finanças que mentiu (não vale a pena usar o eufemismo das inverdades), conforme o comprovaram as declarações do ex ministro Teixeira dos Santos, do ex secretário de estado do tesouro, do ex director geral dos impostos e dos documentos divulgados, para além do reconhecimento explícito de Victor Gaspar, então ministro. Ora bem, perante estes factos, o primeiro-ministro e os porta-vozes da maioria, têm o desplante de defender a dita senhora, no seu entender sem mácula. Que conceito de democracia é o desta gente?

Recordemos que a maioria governante foi eleita, nas últimas legislativas, com base num programa, dito reformista, que logo a seguir à tomada de posse, foi ignorado e metido a ferros numa funda gaveta, passando a levar a cabo uma política totalmente oposta àquilo que haviam prometido, destruidora do estado social, desrespeitadora dos direitos adquiridos dos trabalhadores da função pública e do privado e, inacreditável até agora, fazendo tábua rasa do contrato assinado pelo Estado com os pensionistas e reformados.

Convém lembrar que nenhuma das metas da governação, apregoada por Passos Coelho e o então ministro das finanças, Victor Gaspar, ultrapassando os ditames da troica, numa postura mais papista que o papa, foi cumprida o que conduziu o país e os portugueses ao desastre social, económico e financeiro actual e à necessidade de um muito provável novo resgate, com todas as consequências negativas, sempre para os mesmos, isto é, os menos favorecidos da nossa sociedade.

À terrível situação a que o país e os portugueses chegaram, criada e sustentada pela maioria e seu governo, num sistemático incumprimento da palavra, mudando despudoradamente de argumentos no mesmo dia ou de um dia para o outro, acrescenta-se o desrespeito das regras da democracia que obrigam à obediência a elementares princípios da moral e da ética. Basta ter presente que nunca o primeiro-ministro e seus ministros reconheceram os seus êrros e más políticas, não assumindo assim a óbvia necessidade da revisão do seu comportamento e actuação, atribuindo sempre a terceiros os seus fracassos e imposturas, com a maior das desfaçatezes. De resto, a manutenção da ministra das finanças, depois da sua expressa falta de idoneidade moral e ética, é demonstrativa da costela antidemocrática do primeiro-ministro, ontem reforçada com o seu desajeitado apelo à união nacional….

A par do governo e maioria parlamentar (maioria socialmente perdida) está o presidente Cavaco Silva que os tutela, quer porque depois da explícita desconfiança no governo e maioria, manifestada no discurso do dia 10 de Julho, numa pirueta circense considerou, como um mal menor, mantê-los em funções até ao fim da legislatura. Este presidente da República revelou o seu pendor autoritário e confirmou, uma vez mais, que não é presidente de todos os portugueses. O carácter sectário deste homem revelou-se bem no desaforo e menoridade mental de ignorar, numa visita de Estado, o único Prémio Nobel da Literatura de língua portuguesa, José Saramago. Esta execrável atitude foi uma afronta a Portugal, aos portugueses e à cultura universal.