terça-feira, 25 de setembro de 2018


AS LICENCIATURAS PRÉ-BOLONHA NÃO SERÃO EQUIPARADAS A MESTRADOS
Segundo o ministro do Ensino Superior e da Ciência, as licenciaturas pré-Bolonha não serão equiparadas a mestrados. Independentemente da finalidade a que tal se destinaria, sem sarcasmo pergunto: aquelas licenciaturas de cinco, seis ou mais anos, de centenas de milhar de licenciados de dezenas e dezenas de Cursos Universitários, obtidas ao longo de décadas e décadas, são equiparáveis às licenciaturas Bolonha de 3 (três) anos?
A propósito, ouvi esta manhã na TSF que aqueles menosprezados e desvalorizados licenciados se quizerem ser mestres terão de dispender verbas avultadas para o conseguir…
Mas o que é isto senhor ministro do Ensino Superior e da Ciência, actual e anteriores, deputados da Assembleia da Republica, responsáveis pelas Universidades, lentes, reitores, catedráticos, bastonários das Ordens Profissionais, sindicatos que aceitaram as normas de Bolonha para «normalizar» num modelo único a formação universitária no sistema europeu, esquecendo-se de acautelar os interêsses dos licenciados anteriores a essas normas e da massa crítica que eles representavem e representam ainda?
Quando me licenciei, em 1961, em Ciências Médico-Veterinárias pela Escola Superior de Medicina Veterinária de Lisboa, único estabelecimento de ensino universitário veterinário em Portugal, até 1978,  foi-me passado o Diploma respectivo, em papel pergaminho, com sêlo lacrado em caixa de prata genuína, com fitas amarela e branca, entregue num estojo em latão, na gíria o canudo, o qual me conferiu o título de Médico Veterinário, a carta de alforria da profissão medico veterinária.
Passados 57 anos de licenciatura e dos cargos e funções que desempenhei, como oficial miliciano veterinário, em investigação e apoio à produção animal e saúde pública no IIVA, em Biologia Pesqueira na MEBPA, no ensino veterinário na FMV do Huambo, em patologia de peixes e aquacultura no INIP/IPIMAR e professor convidado das Universidades do Porto, Algarve, Técnica de Lisboa, Évora e Coimbra, aposentei-me da Função Pública em Agôsto de 1996.
Concluindo e considerando a polémica actual que me nega, sem efeitos práticos mas afectando a minha dignidade profissional, equivalência justa ou então equiparação à licenciatura de Bolonha…. recordo-me de que, em tempos, no Reino Unido a minha licenciatura, a nossa licenciatura em Ciências Veterinárias, para efeitos profissionais, equivalia ao Master in Veterinary Medecine.
Esta é mais uma forma de desrespeito e desprezo pela qualidade e competência profissional de milhares de licenciados, considerados descartáveis.

sábado, 22 de setembro de 2018

INFARMED IS FAR FROM PORTO
Acabo de ouver a notícia de que o governo decidiu anular a transferência do INFARMED de Lisboa para o Porto. Ainda bem que a razão e o bom senso prevaleceram, anulando-se uma decisão absurda que correspondia a um frete político inadmissível, pondo em causa o interêsse nacional e o prestígio internacional que esta instituição granjeou o que, a meu ver, terá inviabilizado a instalação em Portugal, concretamente no Porto, da Autoridade Europeia do Medicamento..
As primeiras reacções, umas são favoráveis à decisão e outras desfavoráveis, como seria de esperar. Contudo, é miserável que haja quem queira transformar este assunto em mais uma guerra Lisboa/Porto ou Norte/Sul, conflitos esses que têm servido para acicatar e cultivar um certo ódio irracional, sobretudo nos futebóis, mas não só, o que abrange quase todos os portugueses, ao classificar, com intuito depreciativo, de mouros as gentes do sul do país.
O INFARMED, Instituto da Farmácia e do Medicamento, é uma instituição de grande dimensão nacional e internacional, dotada de pesada infraestrutura laboratorial muito diversificada, com pessoal altamente qualificado em toda a pirâmide organizacional, o que implicou um colossal financiamento. Qualquer medicamento a utilizar em medicina humana como em medicina veterinária, é obrigatoriamente testado neste Instituto, para avaliação de todas as implicações para a saúde pública e meio ambiente e, só depois desses testes, poderá ser autorizada a sua entrada no mercado nacional e de outros países.
Não estão em causa a capacidade e as condições excepcionais que o Porto tem, com instituições de muito elevado nível científico e educacional no país e internacionalmente e não seria um infarmed que acrescentaria mais ao alto gabarito da cidade e da região, reconhecido por todos.
A eventual trasladação do INFARMED de Lisboa para o Porto implicaria um gigantesco financiamento para a duplicação das infraestruturas e recursos humanos, um impacte psicológico e social de consequências incomensuráveis nos cerca de 400 trabalhadores e respectivas famílias e, não menos significativo, do ponto de vista social e económico nos locais onde está instalado.
Quando alguém pensou, com intenções essencialmente eleitoralistas, numa intempestiva mudança, esqueceu-se de consultar previamente os trabalhadores e pessoal dirigente que não são mera mercadoria para encher vagões ou camiões-tir e, por outro lado, o INFARMED não é uma pequena fabriqueta que se implante num vão de escada.

sábado, 15 de setembro de 2018

DE VOLTA

Amigas(os)
Após uma paragem, mais longa do que à partida pretendia demorar, eis-me de volta ao vosso convívio, através deste meu blogue.
Chegar-vos-ei para discutirmos os temas (e serão muitos…) que me despertarem a atenção e, como sempre, as minhas opções político-ideológicas estarão presentes, sem desculpas.
Um grande abraço
Jaime