sábado, 15 de dezembro de 2018

GREVES CIRÚRGICAS E ANTI-CIRÚRGICAS

A greve é uma forma extrema de luta dos trabalhadores. em defesa dos seus direitos, liderados pelos suas organizações de classe.
Nos ultimos tempos houve uma verdadeira explosão de greves que se mantêm, com a promessa de se prolongarem por 2019. Há dias ouvi e vi a referência a 47 pré-avisos de greve, mas esqueci-me de fazer uma lista dos ditos e em quais sectores da vida nacional mas, como perguntaria o outro (não digo o macaco, porque o PAN não gosta nada), quantos mais sectores há no país.
Esta coincidência da simultaneidade de lutas de dezenas de sindicatos, anunciando a possíbilidade de greve dos seus trabalhadores, parece indicar a insatisfação generalizada pelas suas condições de trabalho, carreiras e remuneração.
Também ontem, no programa da RTP3 (o ramo regional do norte da RTP nacional) «O ultimo apaga a luz», onde a luz só contempla o chamado direita-centro e pouco mais, ouvi Joaquim Vieira dizer que, no tempo da PAF/Troika, houve 3 vezes mais greves (?) do que na actual legislatura. Ora eu vivi esses 4 anos, de 2012 a 2015, juro que não hibernei e não me lembro de tal, mas gostaria que as centrais sindicais corroborassem ou rejeitassem esta afirmação bombástica.
Vem a propósito referir a tentativa de aproveitamento desta situação pela líder do CDS, na sua perspectiva, indicadora do descontentamento generalizado da população, insultando a torto e a direito o primeiro ministro. Já o desnorteado PPD, seu líder e sequazes, espetam cravos em si próprios e à ferradura dizem nada.
Entretanto, o presidente da república procurou explicar as razões de de tal surto grevista com o fim da legislatura e a campanha eleitoral que se avizinha. Admitindo como válida esta interpretação, quem beneficiará dela? Não me parece.
Iniciei esta reflexão com a referência a uma das greves com maior impacte na sociedade portuguesa, as levadas cabo pelos enfermeiros e técnicos superiores de diagnóstico, escolhidas cirúrgicamente para afectarem maior numero de utentes do SNS e o SNS própriamente dito, causando o adiamento de actos cirúrgicos e sobrecarregando os médicos. A certa altura o bastonário da Ordem dos Médicos chegou a alvitrar a requisição civil daqueles profissionais, mas arrepiou caminho, pois o seu alvo é outro...
Por fim, o fim da greve dos estivadores que viram a sua situação humanizada, em parte, pois muitos portugueses não se deram conta de que os estivadores precários viviam em regime diário de semi-escravatura, arregimentados de manhã e despedidos ao fim do dia, durante as ultimas décadas.


sábado, 1 de dezembro de 2018


4 + 1 +1+ 0 - 5 e as bacinas

O título que escolhi mais parece o plano tático de um treinador de uma equipa de futebol, despedido mas logo reintegrado, por causa da luz na escuridão, mas verão adiante que é muito mais prosaica a escolha.

Em tempos, gostava de ver o programa «Expresso da meia noite» da SIC, embora sempre com a tendência inclinada para a Lapa e Sé, mas com algum equilíbrio e um mínimo de honestidade.

Passados uns meses, decidi ver a versão actual do Expresso da Meia Noite e depois de verificar a ausência de Ricardo Costa, sub-director do canal, creio eu, talvez explicada pelo facto de o seu irmão ser primeiro ministro, evitando assim o incómodo de ter, eventualmente, de criticar.

Então o painel era constituido por seis economistas, políticamente comprometidos, mas com um manifesto gritante desequilíbrio, inequivocamente expresso no decurso dos 60 minutos de programa.

Os dois coordenadores, dos quais não fixei os nomes, um com perfil de fuínha e o outro caixa de óculos barbudo e muito mal disposto, foram sempre acolitados pelo conhecido Gomes Ferreira, cujas previsões falhadas assemelham-se às de Marques Mendes, e com a ajuda de um jovem Joaquim que foi assessor de Cavaco, tocando todos eles o mesmo diapasão a desfazer na geringonça, geradora de todos os males, enquanto que a PAF salvou o país da bancarrota (dizem que os outros é têm uma cassete…), alegadamente causada pelos governos PS.

Esteve presente também um professor catedrático e deputado do PS, Trigo Pereira, o + 1, que contrariou suavemente os argumentos dos 4, com alguns dados concretos mas, se deu uma no cravo deu outra na ferradura, quando veio à baila o caso das 3 vacinas (bacinas, segundo o bastonário da Ordem dos Médicos que toca a mesma música dos 4) de que a DG da Saúde desconhecia

O sexto presente, o cambuta José Gusmão que foi deputado do BE e rebateu o argumento dos 4 sobre as vacinas sem base científica justificada segundo o bando, referindo aquilo que Trigo Pereira desconhecia, isto é, o parecer positivo da Sociedade Portuguesa de Pediatria e de vários pediatras. Entretanto, José Gusmão exaltou os feitos do BE que é o verdadeiro salvador único da Pátria. A propósito, convém não esquecer a ameaça da Catarina Martins «o senhor não julgue que se livra de nós…»

Por ultimo, o zero, a ausência (acintosa ou apenas esquecimento ???) de um representante do PCP, nomeadamente Ana Cruz que explicou na AR o acontecido com as vacinas.

Assim, explico o título deste comentário : 4 + 1 + 1 + 0 - 5, em que o - 5 é para completar a desgarrada equipa de futebol.