TEREMOS
BOLSONARO COMO PRESIDENTE DO BRASIL?
Tenho o direito de dizer
teremos, pois as consequências de tal escolha, não afectariam só os
brasileiros, mas todos os amantes da paz, da democracia, da liberdade, da
esperança.
De facto, não haveria esperança
numa sociedade que tivesse como presidente um apóstolo da discriminação racial e
da xenofobia que poria em causa as raízes da História do Brasil, feita de
cultura, do convívio, da inter-acção de gente proveniente da Europa, de África,
da Ásia, com repercussão em toda a sociedade brasileira e mundial, na cultura,
na musica, na arte, no teatro e também em quase todas as modalidades
desportivas, com relevo para o futebol.
De facto não haveria
esperança num país governado por um misógino que considera as mulheres como
seres inferiores, que as despreza e discrimina, cujas mulheres estão entre as
mais belas do planeta, o país do Carnaval, da liberdade total das gentes, brasileiras
e provenientes de todos os cantos do mundo, dançando e cantando a mulher
mestiça que Jorge Amado e Chico Buarque imortalizaram.
De facto não haveria
esperança com Bolsonaro que preferiria ter um filho morto a um filho homossexual.
De facto não haveria
esperança quando este candidato glorifica os generais que infernizaram a vida dos
brasileiros, com excepção dos DDT do Brasil e da extrema direita.
É uma possibilidade real de
que Bolsonaro seja eleito no próximo dia 28, o que causa preocupação geral, mas
esta situação agrava-se com a onda avassaladora da extrema direita no mundo, a
começar com a eleição expressiva de prosélitos da mesma, em várias democracias
europeias, asiáticas de que é exemplo o presidente eleito das Filipinas e ainda
a eleição do novo inquilino da Casa Branca, o inqualificável Donald Trump.
Como é que se chegou a algo
impensável há duas décadas e porquê? Porque é que as democracias falharam?
Desde o fim da segunda Guerra Mundial quem tem estado à frente dos países
europeus e americanos? Que regimes têm vigorado neles? Uma dita
socialdemocracia, que nunca o chegou a ser, porque privilegiou o regime capitalista
mais ortodoxo que beneficiou as minorias e prejudicou as maiorias. Os chamados
partidos socialdemocratas, prevalecentes incialmente, foram paulatinamente ultrapassados
pelos partidos liberais e ultra liberais, eufemisticamente ditos populares, que
hoje constituem a maior força do Parlamento Europeu e dos Estados Unidos da
América que representam os mais poderosos e belicistas.
As pessoas estão fartas do
mau funcionamento das chamadas democracias, da corrupção, filha dilecta do
capitalismo, da imposição do deus dinheiro, do reinado absoluto do dólar que
está na base do subdesenvolvimento das várias regiões fornecedoras das matérias
primas que obrigam à migração insegura (explorada por máfias impunes), de
populações, na esperança de melhores condições de vida, em muitos casos sem
concretização.
Os populismos da extrema
direita que exalta os êrros das sociedades democráticas, hipocrita e
desonestamente prometem este mundo e o outro, uma administração implacável e
punitiva, no fim de contas tal como se tornou possível a eleição de Adolf Hitler,
com todas as devastadoras consequências desumanas, da fase mais negra da
História da Humanidade.
Preocupados com a baixa do
défice, a redução das regalias sociais e a protecção das grandes empresas, não
se deram conta do afloramento e crescimento das ideias mais reaccionárias,
apregoadas sem uma contestação organizada, bem estruturada, a todos os níveis
da formação da juventude.