quarta-feira, 30 de novembro de 2016


SOBRE A LIBERDADE DE OPINIÃO

A morte de Fidel de Castro levantou grandes manifestações de pesar e um coro de protestos, porque este homem, mentor da Revolução Cubana, foi uma figura proeminente do século XX e início do XXI porque, pela primeira vez, se rompeu com o status quo, e contribuiu decisivamente para a criação, contra poderosos ventos e marés, de uma sociedade nova, consolidada ao longo de quase 60 anos, cujos resultados positivos para o povo cubano são inquestionáveis. Desde o infausto ou festivo acontecimento, os cubanos em Cuba têm demonstrado o apego à sua Revolução e o empenho em defendê-la. Lá virão os velhos do Restelo, novos e velhos, dizer que não houve expontaneidade, foi tudo arrebanhado, mas só se convencem a si próprios e aos mesmos de sempre.

Um amigo comentou o meu artigo sobre este tema, afirmando que: as revoluções não se fazem apenas com cravos na ponta das espingardas…Inteiramente de acordo meu caro e aí está a «nossa» Revolução de Abril a atestá-lo, com aspectos muito positivos mas também com outros extremamente negativos, conducentes à situação social, económica e financeira actual, com mais de 2.000.000 de portugueses no limiar da pobreza e, em paralelo, cada vez mais milionários (parece obedecer ao princípio dos vasos comunicante!!!).

O que então escrevi, motivou a indignação de amigas/os meus (não me refiro aos postiços do FB) porque defendi Fidel (e continuo como tal), um ditador, que massacrou opositores, impediu e impede a liberdade de expressão aos cubanos.

Ainda hoje, ouvindo um excelente programa da RDP Antena1, intitulado «Puxar o fio à meada» e preenchido por vários execelentes oradores de 2ª a 6ª feira, hoje o escritor Rui Cardoso Martins que se declarou iconoclasta e execrou a idolatria de alguns a Fidel de Castro. Respeito a sua opinião e já me agradaram diversas das suas prédicas, mas há uma idolatria, hegemónica no planeta, a do cifrão $, uma religião, essa sim, que avassala tudo e todos, agravando a miséria e a fome.

Ora aqueles amigos, tal como o orador referido, sobrepõem a tudo a liberdade de expressão, como a expressão democrática máxima. Onde é que ela é plena, absoluta? Em Portugal há verdadeira liberdade de expressão, quando todos os media, publicos e privados, incluindo os desportivos, são controlados por uma poderosa clique, a mando do grande capital e não haja receio nem se fuja a afirmá-lo. Por outro lado, os caciques do estado velho ou os seus descendentes mais algum clero reaccionário, continuam a dominar amplas regiões do país, sobretudo as menos desenvolvidas, condicionando as opiniões e as escolhas eleitorais dos cidadãos, desde o 25 de Novembro de 1975.

Além do que se passa neste país, quais são aqueles onde se exerce a liberdade de expressão em plenitude? Pois eu respondo: não há nenhum.

Concluindo, voltemos a Cuba, pergunto: as grandes conquistas da Revolução Cubana, reconhecidas por toda a gente, mesmo os opositores internos e estrangeiros, devem ou não, ser defendidas ou entregues à voragem da tal liberdade de expressão, queiram ou não, sempre controlada?




domingo, 27 de novembro de 2016


MORREU O «DITADOR» FIDEL DE CASTRO



Fidel de Castro, foi figura maior do século XX, mesmo para aqueles que não nutrem simpatia por ele. Nas ruas de Havana, noutras cidades cubanas e pelo mundo. houve manifestações de pesar enquanto que em Miami foram reacções de júbilo pelo desaparecimento de Fidel.

O título que domina os media em Portugal e no estrangeiro foi: MORREU O DITADOR.

Ditador porquê? Porque, com apoio do seu povo, defendeu sempre, sem desfalecimentos, a sociedade socialista implantada em Cuba desde 1959, contra inimigos internos e externos poderosos, como os EUA? Segundo foi revelado ontem, houve mais de 600 tentativas de assassinato de Fidel, promovidas e municiadas pelos EUA que nunca aceitaram a vitória da Revolução Cubana sobre o seu protegido Fulgêncio Batista, um ditador sanguinário e corrupto, num país transformado em grande casino e antro de prostituição. De resto, os EUA protejaram, durante décadas, todos os terríveis ditadores sulamericanos, causadores de sofrimentos inauditos nos povos da região, nomeadamente Pinochet, Videla, Figueiredo, e tantos, tantos outros.

É preciso não esquecer a malograda tentativa de invasão na Baía dos Porcos, por tropas estadunidenses que foram derrotadas e humilhadas pelo exército deste minúsculo país insular. Sem o sustentáculo do seu povo, vítima de um sofrimento atroz, tal não teria sido possível.

Quase sessenta anos passados a Revolução triunfou criando uma sociedade sem classes e a realidade actual dos cubanos demonstra-o.

Neste país, após a erradicação do analfabetismo, o ensino é gratuito a todos os níveis escolares, desde a instrução primária ao doutoramento, a saúde é igualmente gratuita para todos, credenciada e reconhecida na OMS e nos meios científicos internacionais que tem formado profissionais altamente competentes, os quais têm dado apoio a países de vários continentes, em cumprimento do internacionalismo proletário. Também é um marco importante a igualdade de salários nas empresas publicas, entre operários e técnicos superiores.

Esta situação é uma realidade apesar do criminoso embargo dos EUA, condenado em praticamente todas as instâncias internacionais, que ao longo de mais de 50 anos, isolou do resto do mundo a pequena ilha, ao pé da sua porta, impedindo o relacionamento aberto com todos os países, em benefício mútuo. Não é despiciendo salientar também a importância da propaganda da sociedade de consumo desenfreado, em muitos casos do superfluo, em prejuizo do essencial, fenómeno a que os mais jovens são sensíveis.

Por outro lado, o colapso da União Soviética, principal parceiro de Cuba, com trocas de bens essenciais, em todos os domínios do mercado, dificultou ainda mais a vida dos cidadãos e o desenvolvimento nos mais diversos sectores.

Mesmo assim, Cuba resistiu, está bem viva, porque é apoiada pelo seu povo. Quantos países conseguiriam resistir à gigantesca pressão exercida pelo colosso estadunidense, seus indefectíveis aliados, denegrindo permanentemente a sua imagem, com o objectivo de sufocá-la? Uma das principais pedras de toque contra Cuba é a alegada falta de liberdade de opinião. A proposito, um dos opositores mais famosos do regime, Guillermo Fariñas, herói dos media «ocidentais», é frequentemente entrevistado e escreve artigos de opinião quando lhe apetece, de tempos a tempos faz greve da fome, o que é que lhe acontece?

Até agora perderam, a luta continua.

sexta-feira, 25 de novembro de 2016






MAIS UM POLÉMICA INVENTADA PELA DIREITA



Polémica artificial, pois se já estava escolhido António Domingues para presidir à CGD, era de todo interêsse nacional que ele estivesse presente em Bruxelas. Onde é que está a alegada falta de transparência? O PPD, particularmente o dr.Rangel, uma figura bizarra, à falta de argumentos de oposição ao governo, sem vergonha inventa polémicas, a exemplo do seu chefe Passos Coelho que disse, de modo grosseiro, que era preciso ter lata ao usar, para benefício próprio, o pagamento antecipado ao FMI. Esta da lata pegou pois agora foi o Leitão Amargo a empunhá-la.
Dentro do partido deles começa a aparecer a gente lúcida que está farta deste inqualificavel comportamento de derrotados sem retorno.





SOBRE A ULTIMA SONDAGEM DA UNIV. CATÓLICA



Esta sondagem, vale o que vale, assim diz o cliché na moda, Os partidos de esquerda no seu conjunto ficariam, na dita, próximo dos 60% e a direita nos 36%. Trata-se de mais uma machadada no Passos Coelho, Paulo Rangel, Luis Montenegro, Leitão Amaro, na verdade intrinsecamente amargo, Carlos Carreiras sempre careca e insultuoso e outros mais ou menos agressivos, mas também Santana Lopes que iniciou agora o ataque ao presidente Marcelo por causa da visão côr-de-rosa… todos eles ainda não conseguiram adaptar-se à derrota e a um, mais que certo, jejum prolongado


domingo, 20 de novembro de 2016





ULTIMATO DO PPD DE HOJE (18/11/2016) AO GOVERNO



Ultimato do PPD ao governo: houve ou não houve compromisso escrito???? E depois? Está, ou não está, estabelecido definitivamente que a resolução desta insólita estória é competência exclusiva do Tribunal Constitucional? O desespero é de tal dimensão, depois das várias previsões catastróficas do PPD terem caído por terra ao longo da semana, que os seus dirigentes e outros apaniguados, perderam o tino e esbracejam descoordenadamente, como se afectados por graves perturbações neuronais.

Quando se esperava uma mudança de atitude perante as ultimas revelações da UE, voltam à carga, exigindo a resposta a varias questões relacionadas com o putativo compromisso escrito, repercutindo-se insistentemente nos media..

Será que, apesar do apoio claro quotidiano, de praticamente todos os media nacionais, a este partido, insistindo em qualificá-lo de social democrata, o que não é nem nunca o foi, os portugueses ainda não se deram conta desta pseudo oposição pífia que anda às aranhas, sem saber como ter um comportamento consistente?









ANGOLA UM PAÍS RICO COM 10 MILHÕES DE POBRES

SIC, 17/11/2018

Fiquei chocado e indignado ao ver este programa. Trata-se de uma despudorada mistificação a referência à multidão de pobres, pois pergunto: como se fez o calculo? Em 2013, na net, a população angolana era de 21,47 milhões, isto é, segundo a SIC cerca de metade são pobres!!!!

Não pretendo branquear uma situação social preocupante, mas a avaliação feita no programa em causa é desproporcionada. Por outro lado, enaltecer apenas as aspectos negativos é, no mínimo, injusto, para não lhe conferir outro adjectivo mais agressivo.

Senão vejamos, uma história curta de 4 décadas, na qual prevaleceu um período de guerra devastadora e despendiosa em termos humanos e financeiros, terrminou em 2002, embora a desminagem ainda não tenha sido concluida. Este conflito, não provocado pelo MPLA, levou à destruição maciça de meios urbanos, rurais, infraestruturas rodoviárias e todas as outras. Assim, nos ultimos 14 anos, em relativa paz, iniciou-se a gigantesca reconstrução dos país, tendo sido construidos milhares de habitações, de escolas, hospitais, estradas e respectivas infraestruturas fundamentais, está-se reactivando, paulatinamente, toda a rede sanitária, educacional, comercial e industrial, porque é que não coube qualquer referência da SIC a esta realidade indesmentível?

Deveria ter havido maior investimento  para o bem estar do povo angolano? Poderia ter-se feito muito mais nesse sentido? Sim, contudo, não é justo pôr a tónica apenas nas desigualdades sociais, «esquecendo-se» tudo aquilo que já foi feito.

De qualquer modo, partindo-se de uma situação social calamitosa da maioria dos angolanos, à data da independência, agravada por uma longa guerra, poderia ter sido feito muito mais em 14 anos?
Aplica-se bem a Angola o sábio provérbio português de que «Roma e Pavia não se fizeram num só dia».


domingo, 13 de novembro de 2016


POIARES MADURO E A CRIAÇÃO DE UMA COMISSÃO AVALIADORA DA IDONEIDADE DOS CANDIDATOS AO GOVERNO



12 NOV, NA RADIO renascença


Criar uma comissão para avaliar a idoneidade dos pretendentes ou indigitados para o governo???Mas que despautério!!! Reflicta um pouco, senhor nada maduro, aconselhe-se com alguém capaz, pois perdeu uma boa ocasião para ficar calado. Então não lhe passou pela sua, aparentemente ôca, cabeça de que quem escolhe os governáveis é o partido ou coligação governante, escolha que será ratificada ou não pelo presidente da republica???? Trata-se de um disparate próprio de quem esteve no governo sem saber como nem porquê e que, certamente, não passaria no seu nado morto aberrante teste.






ANTÓNIO BARRETO E A LIÇÃO DA AMÉRICA

DN, 13/11/2016



Até onde irá este político? Segundo ele, a autojustificar-se, só os burros não mudam e eu acrescento: o seu limite é o céu, mas com nuvens...Parece que começou no PCP, embora a sua volublidade apontasse mais para um grupo esquerdista, passou pelo PS, «apagou» a Reforma Agrária, foi-se mudando, sempre contra a canhota, ao estilo de Zita Seabra (por onde andará esta?) e agora aproveita para vir em defesa de Trump, atacando aquilo a que chama «as esquerdas» que (infelizmente???) não perceberam a vitória daquele populista e outros istas nada recomendáveis.
Não acha que o sistema eleitoral dos EUA é injusto e anti democrático? Explique como é que se contitui o colégio eleitoral com a disparidade de estado para estado. Apesar das suas limitações, nomeadamente a pressão dos media e dos caciques, o sistema um homem um voto, não é o mais justo? Por acaso (?) só se lembrou de que Trump foi eleito por mais de 60 milhoes de americanos, mas «esqueceu-se» de que Hillary Clinton teve mais cerca de 400.000 votos do que ele e perdeu a eleição !!!.


quarta-feira, 9 de novembro de 2016


BATEPAPOS VADIOS 4 

BAGÃO FELIX E OS CHICO-ESPERTISMO DOS VOUCHERS

Porquê chico-espertismo ter-se levantado o caso dos vouchers? Quere-me parecer que chico-espertismo é a oferta dos vouchers aos árbitros. É pertinente, plenamente justificada a pergunta: qual o objectivo de se oferecer prendas aos árbitros?. Não acha que esse procedimento, queira-o ou não, seja considerado suspeito? Sobre a contratação pelo Sporting de Nelson Évora sugiro uma revisão detalhada das várias mudanças ao longo dos anos.
Por ultimo, lamento dizê-lo, não esperava esta intempestiva reacção de Bagão Felix , um homem político que sempre me mereceu respeito, apesar-de termos perspectivas ideológicas muito diferentes





A VITORIA DE TRUMP, PORQUÊ?



Nos EUA, um estado federado, extenso e com grande riqueza, com mais de 200 milhões de habitantes, existem enormes desequilíbrios sociais os quais, a meu ver, explicam a inesperada e indesejada vitória esmagadora de Donald Trump..

Um deles é evidente nos cerca de 10% de pobres, sem assistência social e de saúde o que Obama tentou mitigar com o Obamacare e com outras medidas que o Congresso, dominado pelos republicanos, sistematicamente bloqueou e que Trump prometeu anular.

Outro aspecto do desequilibrio social resulta de que actualmente a educação de qualidade neste imenso país é extremamente cara o que impede a maioria de lhe ter acesso e explica porque razão existe apenas uma minoria intelectual com muito elevado nível cultural, notável capacidade científica, admirados no mundo civilizado e grande espírito solidário, em contraste com uma enorme maioria onde predomina a iliteracia e uma confrangedora ignorância relativamente a tudo que ultrapasse o seu meio ambiente restrito. Foi esta maioria que se rendeu ao populismo e à mistificação de Trump que apelou ao sentimento nacionalista e ao isolacionismo para a ressurreição da Grande América. Sobre a deturpação aleivosa de Trump relativa à realidade actual nos EUA, nomeadamente a recuperação económica com a criação mensal de centenas de milhar de empregos, ela ficou, a meu ver, clara para quem viu o ultimo programa, de 7 de Novembro p.p., o Prós e Contras da RTP