quarta-feira, 22 de março de 2017

COMO É POSSÍVEL?

No site Sapo.pt formula-se hoje as três perguntas seguintes, relativas às declarações do presidente do Eurogrupo, Dijsselbloem e publica-se as respectivas respostas:
1ª Vergonhosas e ofensivas: 4462 respostas correspondentes a 59% dos intervenientes.
2ª Polémica exagerada por se ter tirado do contexto: 719 = 10%
3ª Ele tem razão no que diz, mesmo que caia mal dizê-lo: 1765 = 23%
4ª Não sei o que ele disse: 606 = 8%
Sem querer invocar a defesa da pátria. da honra dos portugueses, isto é, por patrioteirismo, acho preocupante mas, ao mesmo tempo esclarecedor, do contexto actual do modo de fazer política em Portugal, onde impera uma certa visão de desespero clubístico, embora partindo de uma minoritária fracção (23+10=33%), mas não despicienda, além de 8% (606) que desconhece a polémica. Como é possível que um alto dirigente da UE se atreva a dizer que «os países comunitários do sul esbanjam o dinheiro em copos e mulheres (subentende-se, sem exagero, putas) e vêm depois pedir dinheiro à UE?» e haja portugueses que concordem com este miserável e execrando insulto, quando de todo é uma falsidade sem fundamento algum?

domingo, 19 de março de 2017


O HOMEM ENTALADO


Li, quase sem parar, o original romance «O homem duplicado» de José Saramago, assim como me deu grande gôzo a leitura do «O homem demolido» de Alfred Bester, em que o protagonista tudo fez para se livrar da polícia do pensamento. São dois temas sugestivos e interessantes, aos quais acrescento, com as devidas limitações, um outro que me ocorreu agora, no contexto político actual do país, «O homem entalado». Trata-se de um político, bem parecido, ao estilo playboy, e protegido dos media nacionais, que não há forma de aceitar as mudanças no país, sustentadas numa maioria diferente da sua e, então, põe tudo em causa com inusitado furor, deixando cair a máscara de menino bem educado pois recorreu ao insulto e maledicência, ao ponto de chamar reles e ordinário a quem o sucedeu no cargo, alguém que tem suscitado o respeito e o elogio, no país e no estrangeiro, nomeadamente na UE. A sua desorientação é tal que não conseguiu escolher candidatos credenciados, de primeira linha, elegíveis, arriscando-se ao fracasso em próximos confrontos regionais. O homem está entalado, os seus medíocres lugares-tenentes são meras caixas de ressonância suas e ele está sem capacidade para definir um rumo com bom senso e credibilidade. Oh da guarda, dêm-lhe uma bóia de salvação e libertem-no




A EUROPA ATÉ ONDE?

Os limites geográficos da Europa são voláteis, do ponto de vista político, consoante ditam os interêsses amigos dominantes. Vem isto a propósito de um torneio europeu de ginástica, em realização na Maia, cidade com pergaminhos neste desporto e uma das equipas participantes é Israel. A inclusão extemporânea deste país na Europa repete-se depois da sua presença nos campeonatos europeus de ginástica, no Festival Europeu da Canção, nos campeonatos europeus de futebol, na fase europeia dos campeonatos do mundo de futebol e noutros acontecimentos relevantes deste continente. Pergunto: porquê este privilégio para um país do Médio Oriente e, portanto, não europeu? Já agora, porque não a Arábia Saudita, os EAU, o Catar, países igualmente amigos, conduzindo à ampliação da Europa, até que atinja a dimensão, por exemplo, da Ásia? Perguntar não ofende...