sexta-feira, 15 de março de 2013


HABILIDOSA AVALIAÇÃO

 

Foi hoje publicada no DN, em colaboração com a Universidade Católica, uma sondagem destinada, no contexto actual, a avaliar as intenções de voto dos portugueses, que foi divulgada na RDP Antena 1, com a relevância seguinte:

O PSD foi único partido a recuperar em relação à anterior sondagem em Setembro do ano passado (28%) e está a apenas 3 pontos do PS (31%) o que, atendendo à margem de segurança, significa um empate técnico. Todos os outros partidos perderam votos e têm agora, a CDU 12%, o BE 8% e o CDS 5%.

Deduziu-se também que a má prestação do governo e as manifestações não afectaram a base de apoio daquele partido e, por outro lado, a maioria dos sondados não considera que haja alternativa à actual maioria.

Ora bem, sem tomar partido nesta questão, o que de facto é penoso mas possível, atrevo-me a sugerir que se avalie a dita sondagem, promovendo a soma aritmética das intenções de voto nos partidos da direita, PSD+CDS, isto é, 28%+5%=33% e depois dos da esquerda, PS+CDU+BE ou 31%+12%+8%= 51%, o que corresponde a uma décalage de 11%, em favor da esquerda que existe, queiram ou não.

Será que no contexto actual de desemprego galopante, de empobrecimento de muitos portugueses, agraváveis com possíveis mais cortes nos salários, nas pensões, na segurança social, na saúde, na educação e também na cultura, não tem significado esta escolhida maioria de esquerda?

Creio que um factor potenciador daquela habilidosa avaliação é o convite formulado pelo PS ao PCP e ao BE na perspectiva de eventuais acordos, entre os três partidos, para as próximas eleições autárquicas.

É tal o pavor pela possibilidade de uma maioria de esquerda se impor com o voto popular uma maioria de esquerda que se perde o decôro, o pudor, a serenidade e se tenta capciosamente escamotear a verdade dos factos.