E DEUS
CRIOU O MUNDO?
Nas ultimas semanas muito se
falou na crença e na crendice e sua fundamental importância na sociedade, com
inusitada ênfase para os alegados milagres de Fátima, não comprovados, a meu
ver não comprováveis, porque se tratou de encenações, deficientemente
encenadas.
Na RDP/Antena1 existe um
programa, às terças feiras à noite, com o título igual ao que escolhi para este
meu artigo, no qual participam um muçulmano, um judeu e um católico,
representantes das três religiões monoteístas existentes em Portugal,
esquecendo-se do protestantismo e, óbviamente, ficando de fora a miríade de
seitas que têm proliferado no país, no seu conjunto, com muitos milhares de apaniguados.
A propósito do nome do referido programa dirigi-me ao responsável do mesmo,
contestando-o com todo o civismo. Ninguém se dignou acusar a recepção do meu
mail o que, a meu ver, se deve a ausência de civilidade, desprezo e/ou, pior
ainda, falta de argumentos contestatários.
De facto, considero que o
conceito de Deus foi criado pelo homem e não foi Deus que criou o mundo, mesmo
que se admita a sua existência.
Acreditar em Deus, em Maria,
nos santos e nos milagres, porquê e porque começou? Há 2017 anos nasceu Jesus
Cristo, segundo os cristãos e particularmente os católicos, filho de Deus que
veio à Terra para expiar os pecados dos homens, foi assassinado depois de
crucificado e supliciado pelos romanos, mas ressuscitou ao 3º dia, conforme se
afirma na Bíblia, pelo que o seu programado sofrimento foi passageiro.
Para os judeus, Jesus Cristo é
o falso messias, pois o verdadeiro nunca chegou e continuam à espera dele.
Os muçulmanos consideram que
Cristo foi um mensageiro de Deus.
Pergunto: antes de Cristo como
era? Desde que o homem apareceu na Terra há muitos milhares de anos, foram-se
formando aglomerados de homens, as sociedades que perante, as suas relações e
interêsses, muitas vezes divergentes, sentiu-se a necessidade da sua
organização hierarquisada, isto é, a criação e institucionalização de uma
cadeia de comando, tendo no topo o/a mais convincente. Entretanto, a vida do ser humano é curta e
passageira, hoje muito mais longa na sociedade moderna, graças à Medicina. A
morte, única certeza absoluta desta vida, é cheia de imprevistos e mudanças,
conducentes quer ao êxtase como ao desespero, num percurso cheio de obstáculos criados,
no dizer das religiões, por Deus para experimentar o homem. Esta interpretação
maquiavélica, foi uma razões que «obrigou-me» a reflectir sobre a crença e seus
defensores. Sem a menor chance de fugir dessa cruel realidade, o ser humano
tenta de todas as formas encontrar uma explicação que possa mitigar a sua
triste sina. Assim, surge, para alguns, a ideia da continuação da vida após a
morte, num limbo tranquilo ou na expiação dos pecados cometidos, num inferno
demoníaco para o eterno sacrifíco ou num purgatório menos penoso. O que é certo
é que ninguém regressou da morte, salvo Jesus Cristo, filho de Deus, e Lázaro
por ele recuscitado, mas nenhum deles revelou o alegado estadio post mortem
E é nesta
incessante procura que vem a ideia humana de uma entidade superior que
superintende a tudo, isto é, a crença em Deus surgiu do medo da morte. O interessante é que, de facto, a ‘forma’ e o modo
de actuação de Deus são, nas religiões ou nas filosofias, ‘representações’ e
‘construções’ humanas.
O
biólogo de Harvard, Ernst Mayr lembra que a faculdade humana de acreditar em um
ser superior nasceu durante a era glacial, entre 80 000 e 45 000 anos atrás,
pois antes desse período não existem registos fósseis que indiquem alguma
crença no divino..
O
filósofo Friedrich Nietzsche disse, sem rodeios, que a fé equivale a não querer
conhecer a verdade
Vejamos agora as 7 razões a ponderar sobre a existência de Deus,
definidos por Beth Proença Bonilha, n site familia.com.br que o Sapo.pt
reproduziu:
1. Olhe para dentro de si
mesmo, converse com o “eu” interior e tente explicar com o entendimento humano
sua existência sem a ação de um poder Divino.
2.
Olhe ao redor e veja a diversidade da fauna e flora. Como tudo
isso pode existir sem um comando?
3.
Em um momento de medo, solidão e angústia a quem nosso
pensamento se remete?
4.
A vida sendo gerada dentro do ventre de uma mulher faz-nos
pensar em como o corpo humano é complexo, e mesmo com toda a tecnologia o homem
não é capaz de gerar e fazer crescer a vida mecanicamente, o máximo que se
chegou foi à fecundação in vitro, mas
sem um útero humano não é possível dar continuidade ao processo.
5.
O homem por mais que tente não consegue dominar alguns processos
chamados de naturais como a seca, as inundações, os furacões, os terramotos e o
próprio envelhecimento do corpo
6.
A Bíblia e outros registros nos dão a confirmação da existência
de Deus, mas, ainda assim, muitos questionam a veracidade desses registros.
7.
A última razão que sugiro para crer em Deus está na prova que
você pode fazer de sua fé, ou seja, “acreditar
naquilo que não se vê, mas sabe ser verdade”
Por ultimo, a 8ª razão de Bonilha, a meu
ver a mais bombástica: «O facto de alguns considerarem que Deus não existe não
elimina o facto de que ele existe».....