sábado, 20 de maio de 2017


E DEUS CRIOU O MUNDO?

Nas ultimas semanas muito se falou na crença e na crendice e sua fundamental importância na sociedade, com inusitada ênfase para os alegados milagres de Fátima, não comprovados, a meu ver não comprováveis, porque se tratou de encenações, deficientemente encenadas.

Na RDP/Antena1 existe um programa, às terças feiras à noite, com o título igual ao que escolhi para este meu artigo, no qual participam um muçulmano, um judeu e um católico, representantes das três religiões monoteístas existentes em Portugal, esquecendo-se do protestantismo e, óbviamente, ficando de fora a miríade de seitas que têm proliferado no país, no seu conjunto, com muitos milhares de apaniguados. A propósito do nome do referido programa dirigi-me ao responsável do mesmo, contestando-o com todo o civismo. Ninguém se dignou acusar a recepção do meu mail o que, a meu ver, se deve a ausência de civilidade, desprezo e/ou, pior ainda, falta de argumentos contestatários.

De facto, considero que o conceito de Deus foi criado pelo homem e não foi Deus que criou o mundo, mesmo que se admita a sua existência.

Acreditar em Deus, em Maria, nos santos e nos milagres, porquê e porque começou? Há 2017 anos nasceu Jesus Cristo, segundo os cristãos e particularmente os católicos, filho de Deus que veio à Terra para expiar os pecados dos homens, foi assassinado depois de crucificado e supliciado pelos romanos, mas ressuscitou ao 3º dia, conforme se afirma na Bíblia, pelo que o seu programado sofrimento foi passageiro.

Para os judeus, Jesus Cristo é o falso messias, pois o verdadeiro nunca chegou e continuam à espera dele.

Os muçulmanos consideram que Cristo foi um mensageiro de Deus.

Pergunto: antes de Cristo como era? Desde que o homem apareceu na Terra há muitos milhares de anos, foram-se formando aglomerados de homens, as sociedades que perante, as suas relações e interêsses, muitas vezes divergentes, sentiu-se a necessidade da sua organização hierarquisada, isto é, a criação e institucionalização de uma cadeia de comando, tendo no topo o/a mais convincente. Entretanto, a vida do ser humano é curta e passageira, hoje muito mais longa na sociedade moderna, graças à Medicina. A morte, única certeza absoluta desta vida, é cheia de imprevistos e mudanças, conducentes quer ao êxtase como ao desespero, num percurso cheio de obstáculos criados, no dizer das religiões, por Deus para experimentar o homem. Esta interpretação maquiavélica, foi uma razões que «obrigou-me» a reflectir sobre a crença e seus defensores. Sem a menor chance de fugir dessa cruel realidade, o ser humano tenta de todas as formas encontrar uma explicação que possa mitigar a sua triste sina. Assim, surge, para alguns, a ideia da continuação da vida após a morte, num limbo tranquilo ou na expiação dos pecados cometidos, num inferno demoníaco para o eterno sacrifíco ou num purgatório menos penoso. O que é certo é que ninguém regressou da morte, salvo Jesus Cristo, filho de Deus, e Lázaro por ele recuscitado, mas nenhum deles revelou o alegado estadio post mortem

E é nesta incessante procura que vem a ideia humana de uma entidade superior que superintende a tudo, isto é, a crença em Deus surgiu do medo da morte. O interessante é que, de facto, a ‘forma’ e o modo de actuação de Deus são, nas religiões ou nas filosofias, ‘representações’ e ‘construções’ humanas.

O biólogo de Harvard, Ernst Mayr lembra que a faculdade humana de acreditar em um ser superior nasceu durante a era glacial, entre 80 000 e 45 000 anos atrás, pois antes desse período não existem registos fósseis que indiquem alguma crença no divino.. 

O filósofo Friedrich Nietzsche disse, sem rodeios, que a fé equivale a não querer conhecer a verdade

Vejamos agora as 7 razões a ponderar sobre a existência de Deus, definidos por Beth Proença Bonilha, n site familia.com.br que o Sapo.pt reproduziu:

1.    Olhe para dentro de si mesmo, converse com o “eu” interior e tente explicar com o entendimento humano sua existência sem a ação de um poder Divino. 

2.    Olhe ao redor e veja a diversidade da fauna e flora. Como tudo isso pode existir sem um comando?

3.    Em um momento de medo, solidão e angústia a quem nosso pensamento se remete?

4.    A vida sendo gerada dentro do ventre de uma mulher faz-nos pensar em como o corpo humano é complexo, e mesmo com toda a tecnologia o homem não é capaz de gerar e fazer crescer a vida mecanicamente, o máximo que se chegou foi à fecundação in vitro, mas sem um útero humano não é possível dar continuidade ao processo.

5.    O homem por mais que tente não consegue dominar alguns processos chamados de naturais como a seca, as inundações, os furacões, os terramotos e o próprio envelhecimento do corpo

6.    A Bíblia e outros registros nos dão a confirmação da existência de Deus, mas, ainda assim, muitos questionam a veracidade desses registros.

7.    A última razão que sugiro para crer em Deus está na prova que você pode fazer de sua , ou seja, “acreditar naquilo que não se vê, mas sabe ser verdade”



Por ultimo, a 8ª razão de Bonilha, a meu ver a mais bombástica: «O facto de alguns considerarem que Deus não existe não elimina o facto de que ele existe».....