quarta-feira, 27 de maio de 2015

A GERAÇÃO DA LIBERDADE . A Casa dos Estudantes do Império e os movimentos independentistas africanos





Com este título, Fátima Campos Ferreira (FCF) «conduziu», na passada segunda-feira na RTP1, um programa com convidados ilustres de Angola, Moçambique, Cabo Verde, Guiné e Portugal, em substituição do seu «Prós e Contras» habitual.

Esta iniciativa pareceu-me ter surgido na sequência da Homenagem aos Associados da Casa dos Estudantes do Império levada a cabo pela UCCLA, em Outubro de 2013 na Reitoria da Universidade de Coimbra e nos passados dias 22, 23 e 25 de Maio p.p. na Gulbenkian.

Contudo, qualquer semelhança entre os dois eventos é pura coincidência, porque a vivência sobre a CEI e sua repercussão na formação pessoal dos Cestimpérios presentes que deveria ter sido o cerne da questão, foi tocada apenas por quatro intervenientes, Miguel Trovoada, Joaquim Chissano, Victor Ramalho e Pedro Pires, isto é, a tónica geral afastou-se daquele objectivo expresso no título, porque assim o orientou FCF em resultado de não ter feito (ou não estar interessada) um adequado trabalho de casa.

De facto, FCF deveria ter-se documentado sobre aquelas duas excelentes e profícuas realizações da UCCLA e não o fez. Tão pouco procurou informar-se melhor sobre a CEI e seu enquadramento social, denotando grande ignorância do tema.

Por diversas vezes FCF referiu-se à CEI como Casa do Império e aos cafés frequentados pelos cestimpérios, citando (bem) o Rialva, o Montanha (na Portagem em Coimbra…) e olvidou a Mimo, onde eram habituais os longos e animados «papos» e o jogo do 31, que ficaram marcados por eles que geraram amizade com os seus empregados, sempre atentos à presença de pides que davam rapidamente a conhecer-lhes.

Relevante foi ainda o contacto desajeitado e quase agressivo de FCF com Joaquim Chissano, através da RTP África, que só o bom senso e educação do entrevistado salvaram a situação. Invocar o racismo dos negros para os brancos em Moçambique e o seu afastamento do idioma português, foi algo de muito mau gosto mas, felizmente, teve a resposta merecida

É pena que tenha corrido assim, porque a Casa dos Estudantes do Império, os seus associados e a sua histórica contribuição para a libertação das colónias portuguesas e de Portugal, mereciam um tratamento justo e bem fundamentado