Com
este título, Fátima Campos Ferreira (FCF) «conduziu», na passada segunda-feira
na RTP1, um programa com convidados ilustres de Angola, Moçambique, Cabo Verde,
Guiné e Portugal, em substituição do seu «Prós e Contras» habitual.
Esta
iniciativa pareceu-me ter surgido na sequência da Homenagem aos Associados da
Casa dos Estudantes do Império levada a cabo pela UCCLA, em Outubro de 2013 na
Reitoria da Universidade de Coimbra e nos passados dias 22, 23 e 25 de Maio
p.p. na Gulbenkian.
Contudo,
qualquer semelhança entre os dois eventos é pura coincidência, porque a
vivência sobre a CEI e sua repercussão na formação pessoal dos Cestimpérios
presentes que deveria ter sido o cerne da questão, foi tocada apenas por quatro
intervenientes, Miguel Trovoada, Joaquim Chissano, Victor Ramalho e Pedro
Pires, isto é, a tónica geral afastou-se daquele objectivo expresso no título, porque
assim o orientou FCF em resultado de não ter feito (ou não estar interessada)
um adequado trabalho de casa.
De
facto, FCF deveria ter-se documentado sobre aquelas duas excelentes e profícuas
realizações da UCCLA e não o fez. Tão pouco procurou informar-se melhor sobre a
CEI e seu enquadramento social, denotando grande ignorância do tema.
Por
diversas vezes FCF referiu-se à CEI como Casa do Império e aos cafés
frequentados pelos cestimpérios, citando (bem) o Rialva, o Montanha (na
Portagem em Coimbra…) e olvidou a Mimo, onde eram habituais os longos e
animados «papos» e o jogo do 31, que ficaram marcados por eles que geraram
amizade com os seus empregados, sempre atentos à presença de pides que davam
rapidamente a conhecer-lhes.
Relevante
foi ainda o contacto desajeitado e quase agressivo de FCF com Joaquim Chissano,
através da RTP África, que só o bom senso e educação do entrevistado salvaram a
situação. Invocar o racismo dos negros para os brancos em Moçambique e o seu
afastamento do idioma português, foi algo de muito mau gosto mas, felizmente,
teve a resposta merecida
É pena
que tenha corrido assim, porque a Casa dos Estudantes do Império, os seus
associados e a sua histórica contribuição para a libertação das colónias
portuguesas e de Portugal, mereciam um tratamento justo e bem fundamentado