IGNORÂNCIA OU SECTARISMO DOS MEDIA
Morreu
quarta feira passada Mário Ruivo, biólogo, especialista em Oceanografia
Biológica, figura de destaque no meio científico nacional e internacional,
particularmente nas Ciências do Mar. Depois da postgraduação que fez na
Sorbonne, em Paris, foi consultor na sede da FAO, em Roma, até ao 25 de Abril
de 1974, quando regressou a Portugal e foi escolhido para Ministro dos Negócios
Estrangeiros. Com ele e por ele foi criada uma Direcção Geral, organismo que concentrava tudo quanto dizia respeito à
gestão e investigação da Ciências do Meio Ambiente, marinho e de águas
interiores, até então disperso por vários ministérios. Reconhecida autoridade
sectorial internacional, desempenhou diversos cargos e funções. Professor
Universitário convidado em várias universidades, foi-lhe concedido
recentemente, pela Universidade do Algarve, o doutoramento Honoris Causae. Ontem, durante o velório realizado na Gare Marítima
de Alcântara, posta à disposição da família pelo Governo e Câmara Municipal de
Lisboa, foi-lhe prestada uma sentida e merecida homenagem, com a presença de
inteligência nacional e internacional. Pois bem ou melhor pois mal, nenhum dos
canais televisivos, públicos e privados, noticiou sequer a infausta notícia e
respectiva homenagem. Porquê? Um «pequeno pormenor» que talvez justifique a
negação, Mário Ruivo era um homem progressista, de esquerda, antifascista,
respeitado por todos, incluindo as(os) da direita inteligente. Lamentável.
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