quinta-feira, 4 de fevereiro de 2016


CURIOSIDADES FUTEBOLÍSTICAS

Quando ingressei, há quase nove anos, no Clube onde faço ginástica de segunda a sexta feira, encontrei um treinador, PT, cujo apelido de origem italiana, fez-me recordar um antigo atleta do Sporting, durante os anos 60 e 70 do século passado, onde foi figura proeminente no volei e no atletismo. Lembrei-me, na altura, de interpelá-lo sobre o seu eventual parentesco com aquele atleta e o jovem/precocemente velho PT disse-me, constrangido, que não era seu parente e, perante a minha insistência, decidiu-se a perguntar a sua mãe. Os anos passaram e nada. Achei estranho o silêncio, mas acabei por entender ou melhor percebi, que não poderia haver relação familiar porque o dito PT é fanático, doente na verdadeira acepção do conceito, do Benfica e o atleta em causa tinha sido do Sporting !!!!!

De cariz semelhante é a estória de alguém lampião que não admitia, à mesa de sua casa, salada de alface por ser verde…….e não me admiraria que um lagarto rejeite o tomate e, no caso de um tripeiro, abominar aqueles dois legumes se provenientes de uma qualquer horta da 2ª Circular lisboeta.

Conotada com a mesma patologia é o facto de, no F.C. Porto, as mesas de bilhar terem o pano azul e no Benfica o dito é vermelho, ou antes, encarnado….Lamentavelmente ainda fica a faltar a relva dos seus estádios que é verde, a bela coloração das plantas clorofilinas, a qual poderá um dia ser substituida por relvado sintético mas, desgraçadamente, também ele é verde e, por isso, terá que ser um peludo tapete de plástico azul para o FCP e encarnado ou vermelho para o SLB.

No entanto, esta afecção que cega, afecta todas a côres e clubes, tornando-se gritante nos designados grandes do futebol português e nalguns pequenos, sempre em bicos de pés para subirem na classificação, mas cujo tecto para eles é o 4ª lugar. Este fenómeno muito relevante no tempo do estado velho, com a trilogia Fado, Futebol e Fátima, foi retomado nos ultimos tempos da democracia, com a eclosão de ódios, expressos não só de viva voz, como nos cachecóis, em panos e cartazes, em programas televisivos, ditos de desporto, onde o adversário é o inimigo que nunca tem razão. Este mau e doentio ambiente tem, por vezes, graves consequências, desde actos incendiários e ferimentos maiores ou menores até ao homicídio involuntário ou negligente.

A meu ver, não são as pontuais medidas de segurança que a PSP impõe nos dias dos jogos que põem côbro ao mal estar existente, mas sim a alteração radical dos programas televisivos sem representantes dos clubes que são instigadores de ostensiva rivalidade gratuita e demonização/endeusamento dos árbitros, passando a ser essencialmente noticiosos, mais uma acção pedagógica concertada com os organismos federativos, da Liga e os próprios clubes, cujos responsáveis deixem de ser fautores de perturbação permanente do fenómeno futebol, o jogo mais apreciado pelos portugueses.




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