sábado, 23 de janeiro de 2016


CRONICAS ICTIOVET 8

Estamos em dia de reflexão, nada de campanha eleitoral, muito embora esta determinação não seja bem vista nem praticada pelos media nacionais em geral. Contudo, nós vamos cumpri-la.

Surgiu hoje a notícia de que, em Espanha, o senhor Mariano Rajoy recusou o convite do rei Felipe VI para constituir governo porque não dispõe de apoio parlamentar, embora tenha ganho (?) as eleições do passado dia 20 de Dezembro. Entretanto, Pablo Iglesias presidente (ou secretário geral?) do PODEMOS, declarou publicamente que está disponível para formar um governo com o PSOE e a Izquierda Unida, para uma efectiva mudança de política e, até se atreveu a dizer (que despautério!!!), que se propõe ser vice-presidente desse governo, a chefiar por Pedro Sanchez, secretário geral do PSOE. Logo a seguir, ou antes, ao mesmo tempo, caíu o Carmo e a Trindade, com ruidoso alarme, apareceram em Espanha os profetas da desgraça pondo em causa a realização de tal eventualidade inadmissível, sem pernas para a andar, sem futuro, pois o PP ganhou aquelas eleições e só ele tem legitimidade para governar. Por coincidência (ou talvez não), o correspondente da rádio publica portuguesa neste país, tocou a mesma partitura e augurou a morte prematura do governo preconisado por Iglesias, com consequentes eleições antecipadas.

Estas peculiares reacções resultam de uma visão canhestra e desonesta de legitimidade democrática que apenas existe se em benefício do status quo, vigente antes de 4 de Outubro e 20 de Dezembro, respectivamente nos dois países ibéricos. Para os seus apaniguados, de todos os matizes, o novo quadro das côrtes espanholas, onde a direita ficou minoritária, é ilegítimo e inaceitável num país ocidental (em relação a quê?) ao pressupôr que participem no governo partidos anti-sistema até agora considerados marginais e demoníacos.

Coincidências ibéricas, até há pouco impensáveis que abrem uma janela de esperança para os seus povos, depois de dezenas de anos de fascismos a que se seguiram outras dezenas de submissão aos ditames de uma União Europeia dominada pelos interêsses financeiros das multinacionais insaciáveis, renegando os principios de solidariedade e preocupação sociail que nortearam a criação da CEE.

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