quarta-feira, 11 de setembro de 2019


VOTAR, UM DEVER CÍVICO, UMA OBRIGAÇÃO DEMOCRÁTICA
O desencanto quanto à política e aos políticos, tem atingido muitos portugueses, ao ponto de declararem que não confiam em ninguém, nomeadamente nos políticos, nos deputados, nos governantes, nos autarcas e tão pouco nos partidos políticos, isto é, metem todos no mesmo saco, como relapsos, corruptos, mentirosos, sem escrúpulos e tantos outros epítetos, mais ou menos ofensivos.
Esta interpretação baseia-se em que fundamentos?
Em primeiro lugar, os comportamentos e atitudes de políticos desonestos, acusados de corrupção, nepotismo, abuso de autoridade e tantos outros crimes, alguns já transitados em julgado, e numerosos outros, cujos processos se arrastam há anos, aguardando pela decisão da Justiça, situação que também põe em causa o funcionamento e a eficiência dos tribunais, acrescendo ao descrédito da opinião publica sobre o estado actual do país.
Contudo, quantos são os acusados ou indiciados? São dezenas, uma ou duas centenas quando, os outros políticos, são socialmente impolutos, desde as mais de três centenas de deputados, aos membros dos partidos e associações cívicas, aos milhares, é profundamente injusto e de má fé, duvidar da sua honestidade e probidade, pois que a esmagadora maioria é gente de bem, digna de todo o respeito e consideração, pelos portugueses.
Para o estado actual da opinião pública negativa quanto aos políticos e à política, contribuem os media, nalguns casos quotidianamente, como o Correio da Manha, o jornal mais vendido e seu canal televisivo, com recordes de audiência, bem como os outros canais televisivos, incluindo os públicos, que formatam uma sociedade onde a iliteracia e o preconceito são preocupantes. Quantas vezes se destroI, sem piedade, a reputação de quem ainda não foi julgado, a qual nunca será recuperada na íntegra, mesmo se acabarem por ser considerados inocentes.
Em resultado deste status quo, tem surgido um irresponsável apelo à abstenção ou ao voto em branco e/ou à votação em organizações partidárias não tradicionais, demagógicas, fundamentalistas, populistas e de extrema direita, usando-se preferencialmente as chamadas redes sociais, como o facebook e outras que influenciam milhões de portugueses.
Os debates televisivos, nos vários canais públicos e privados, têm mostrado a tendência referida, quer a desconfiança pelos partidos tradicionais e a erupção dos fundamentalistas, de que me permito destacar aquele que pôs frente a frente, na RTP1, Rui Rio pelo PSD/PPD e André Silva pelo PAN. O presidente do PSD, imperdoavelmente, não se preparou para este debate, ao desconhecer o programa eleitoral do seu interlocutor, o qual evidenciou o contrário, isto é, estar a par do programa do PSD deixando-se, aquele, enlear por sucessivas rasteiras, algumas sem fundamento, de André Silva, ao mesmo tempo que este deixou claro o seu fundamentalismo, demagogia, impreparação e uma certa irresponsabilidade ao abordar temas nacionais com grande leviandade. O colossal e pretensioso programa do PAN tem cerca de 1200 artigos, que assustou quem o leu, ainda que em diagonal.
Como não tive oportunidade, nem disponibilidade, nem capacidade para digerir tal calhamaço, limitar-me-ei a abordar os pontos seguintes:
1.     Porque me diz respeito como médico veterinário, embora marginalmente, pretende o PAN, criar em cima do joelho, um SNS para cães e gatos, pela comovente preocupação com os velhinhos e seus únicos companheiros, os animais de companhia, à custa das instituições de saúde animal existentes, publicas e privadas, sem a sua avaliação e sem ter consultado os responsáveis das mesmas pondo, uma vez mais, o bem estar animal no topo e nada dizendo ou propondo sobre o bem estar humano.
2.     Vem a propósito chamar a atenção para a demagogia usada para aliciar os amigos dos animais, afectados por uma febre que se tornou moda com implicações de toda a ordem, ao pôr o bem estar animal a par, ou mesmo, acima do humano. A ideia peregrina, com base na lamechice, de impedir todas a actividades com animais, assim como pôr em causa toda a produção animal, sem sucedâneos, essencial à alimentação humana e animal, irresponsavelmente esquecendo o seu tremendo impacte social e económico
3.     A inaceitável imposição, sem alternativa, de refeições exclusivamente vegetarianas em todos os estabelecimentos do Estado!!!!!!!!!, um ditatorial fundamentalismo irracional, causador de desequilíbrio nutricional por se abolir da alimentação a essencial proteína animal.
Além do PAN, partido de criação recente e representatividade diminuta, outras organizações ditas partidárias surgiram, como cogumelos, umas meramente demagógicas e nada credíveis, mas outras têm procedimentos intolerantes e intenções racistas, tentando o aproveitamento abusivo de conotação futebolística e ainda outras, claramente pró fascistas.
Com todos as suas imperfeições e defeitos é indiscutivelmente melhor a democracia, cuja base são os partidos políticos, isto é, não há democracia sem partidos políticos, cujas convergências e divergências são dirimidas na Assembleia da Republica, a nossa casa da Democracia.
Concluindo, é imperativo ter presente a extrema importância de, no próximo dia 6 de Outrubro, ir votar para que se elejam os deputados à Assembleia da Republica que suportarão o futuro governo do país, cortando o passo à  demagogia, à irresponsabilidade e à intolerância, que o tornariam ingovernável e insuportável.


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